Gosto de me parar à beira da janela. Ter algo em mãos, um copo de água, uma xícara de chá verde, caneta e papel, cigarro, porque minhas mãos não devem nunca ficarem desocupadas, desse jeito elas revelam segredos demais, e ver a vida alheia passar junto com a minha minha. Penso no que elas devem estar pensando, penso na direção , no caminho e no destino que elas estão tomando - e a direção e o caminho são mais importantes que o destino - ou se elas estão simplesmente à deriva da cidade e das suas ruas, e das vielas, e das poucas avenidas, sem destino prévio nem caminho traçado. À deriva, o destino é onde simplesmente decidimos, ou o destino nem existe. Podemos nos deter em algum lugar e aquilo não será o final. É só um nó no emaranhado de fios do caminho e do roteiro acíclico.
Em cada olhar, em cada perspectiva, um pouco de mim fica, ou pelo menos imagino que sim.
Me faria enormemente feliz poder me parar à beira da janela e sempre poder enxergar um lugar diferente e esmiuçar vidas diferentes e derivas diferentes. Destinos diversos e caminhos indescritíveis, poiso traçado deles é o traçado da vida e no traçado da vida não há destino - não pense que é a morte. Queria poder abrir a janela e ver a China, ou ver uma parte da floresta amazônica, um vilarejo na Toscana, Queops e Quéfren e suas irmãs mortuárias egípcias, cangurus na Austrália, praias na Indonésia, templos hindus, castelos japoneses de papel - o cimento oriental, o parque municipal de Belo Horizonte, algum paraíso escondido no México, um gêiser islandês, a Jamaica de Bob, um deserto gelado no Alasca, um deserto em fogo como o Saara, ou do Atacama, ou o fogo dentro de mim que vem de Marte. Queria provar o que meus olhos ainda não provaram. Meu paladar virgem e adormecido, minha audição pequena e meu olfato destreinado. Um amor novo e, porque não, diferente.
Experiência.
Em cada olhar, em cada perspectiva, um pouco de mim fica, ou pelo menos imagino que sim.
Me faria enormemente feliz poder me parar à beira da janela e sempre poder enxergar um lugar diferente e esmiuçar vidas diferentes e derivas diferentes. Destinos diversos e caminhos indescritíveis, poiso traçado deles é o traçado da vida e no traçado da vida não há destino - não pense que é a morte. Queria poder abrir a janela e ver a China, ou ver uma parte da floresta amazônica, um vilarejo na Toscana, Queops e Quéfren e suas irmãs mortuárias egípcias, cangurus na Austrália, praias na Indonésia, templos hindus, castelos japoneses de papel - o cimento oriental, o parque municipal de Belo Horizonte, algum paraíso escondido no México, um gêiser islandês, a Jamaica de Bob, um deserto gelado no Alasca, um deserto em fogo como o Saara, ou do Atacama, ou o fogo dentro de mim que vem de Marte. Queria provar o que meus olhos ainda não provaram. Meu paladar virgem e adormecido, minha audição pequena e meu olfato destreinado. Um amor novo e, porque não, diferente.
Experiência.
Um comentário:
adoro a forma que você tem, de escrever. agora. porque ela mudou, gosto dela antes e gosto mais ainda dela agora.
você,que mesmo sem saber, sempre me lê.
a primeira vez que você me leu foi com a seguinte frase, num tempo longiquo: "A gente tem o que precisa, não o que merece" e ainda: "o tédio é um pecado que cometemos contra nós mesmos"
:*
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