segunda-feira, 3 de outubro de 2011

o império

























o que é uma perola deslizando pelo seu rosto?
rolando pelas nuances da sua pele?
o que é o desejo, então?

sinto como se um rubi entrasse
pelas minhas narinas
e se tornasse liquido no interior

o que é fome?
é desejo?
é urgência?

deito minha cabeça no travesseiro
e rolo por esta cama de agonias
sou um faquir dos sentimentos

o que é que urge?
quem ruge à noite, na calada da madrugada?
é um urso congelado?

assim como me esfrego por estas paredes
assim como engulo esta poeira de bom grado
assim como minha mente é efervescente

isto não deveria me trazer alguma alegria?
não deveria eu estar reinando sobre o império dos sentidos?
não deveria eu estar chocando estes ovos em prol do meu amor?

uma faca afiada que eu deslizo por você
me faz vibrar por compreender
este ato de verdadeira paixão

e meu amante, onde o escondeste?
disseste que tinha medo da minha imprudência?
novamente, se dispõe a se sacrificar por este causo infortunio?

mais uma vez, eu permaneço sem rumo
mais uma vez, seu punho encontra minhas vísceras
mais uma vez, meu prazer brota da dor

Um comentário:

Rita Loureiro Graça disse...

Só posso respeitar isso assim, em silêncio com o arrepio como companheiro.