sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

enroscado


1.

o mesmo impulso que me leva
a comer da lama
estender a mão ao sol
sentar sobre montanhas virgens
sorver o líquido de novas circunstâncias
despencar sobre vertiginosas paragens


2.

momento de fragilidade e delicadeza
o longo caminho
o toque místico no pomo
que escondo entre as pernas
caleidoscopia sensitiva
prazer mascarado de dor

3.

e, desta forma, me cubro
de todas as camadas do mistério
a sagrada fé que tenho no espírito
que são as mesmas camadas
transcedentais intocadas
da vida


4.

porque a tua língua se move
combustível e sensual
o hálito da tua pele
não se esconde
e se escancara

teu rosto descarado
e o teu corpo desleixado
serpenteiam distraídos
a sensualidade que me ataca

tua transmutação animalesca
a minha alma encharcada
sedenta e córporea
o ar que desliza
pelas tuas ventas

o êxtase erótico
minha pele derretida
tua existência fluida

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