segunda-feira, 14 de março de 2011

mirabolante

eram aquelas cicatrizes expostas que mais impressionavam naquela garota os olhos dopados debaixo de cabelos desgrenhados o cérebro de ópio numa apocaliptica vertigem iludida real a ponto de se desfazer pronta comendo e lambendo o sal do resto do prato que a gente joga como oferenda jesus nunca me protegeu e uma pena que nunca vou poder transar com ela assim, bobinha que ela é deve ter outros por aí outras seringas escondidas nas gavetas ampoulas carregadas estoques de remédios de velhos inválidos carregando livros bonitos adentrando o salão do balé saias longas
cigarrinhos de maconha
maravilhosos
óculos escuros e camisas de lã e luvas e sapatos com brilho me citou uma frase de um ocultista até hoje não me sai de casa o tempo que era daquele jeito


















by Nan Goldin

Um comentário:

Amanda Dragone disse...

Estava lendo esse e alguns textos abaixo... profundos e misteriosos!